Transmissão vertical da leishmaniose visceral
avanços, desafios clínicos e diagnósticos e seus impactos na saúde materno-fetal (revisão de literatura 2019-2024)
DOI:
https://doi.org/10.61695/rcs.v3i1.78Palavras-chave:
Leishmaniose, Transmissão, Placenta, Co-infecção, HIVResumo
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença negligenciada de grande impacto em saúde pública, especialmente em regiões endêmicas. Embora a transmissão vertical seja rara, sua ocorrência apresenta implicações clínicas significativas para gestantes e neonatos. Objetivo: Este estudo revisa narrativamente a literatura sobre transmissão vertical de LV, abordando os aspectos clínicos, diagnósticos e fatores associados. Materiais e Métodos: Foram selecionados seis artigos publicados entre 2019 e 2024 nas bases PubMed e EBSCO, com enfoque na busca de evidências sobre os mecanismos biológicos, lacunas no diagnóstico e desfechos materno-fetais. Resultados: Os resultados mostram que a transmissão transplacentária ocorre em circunstâncias específicas, influenciada por fatores imunológicos e pela coinfecção com HIV, que aumenta a suscetibilidade materna e fetal. Os sintomas em gestantes incluem febre persistente, esplenomegalia e anemia, enquanto neonatos podem apresentar prematuridade, hepatoesplenomegalia e febre. O diagnóstico é desafiador devido à inespecificidade dos sintomas e à escassez de estudos focados na transmissão vertical. A anfotericina B lipossomal é indicada como o tratamento mais eficaz e seguro para gestantes. Conclusão: Conclui-se que a raridade da transmissão vertical de LV, aliada à ausência de monitoramento sistemático e à limitada base de evidências, reforça a necessidade de pesquisas mais abrangentes e diagnósticos aprimorados. Este tema demanda maior atenção para prevenir complicações em gestantes e neonatos, bem como para melhorar as estratégias de controle e manejo clínico da doença.
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