Treinamento de força e respostas hematológicas

relato de caso de um paciente com anemia aplástica grave

Autores

  • Daniel Câmara de Almeida Centro Universitário Euroamericano
  • Wellington Lacerda Oliveira Rios Centro Universitário Euroamericano
  • Carlos Janssen Gomes da Cruz Centro Universitário Euroamericano
  • Eduardo Montecelli Hospital São Lucas
  • Emerson Sebastião Northern Illinois University
  • Renato André Sousa da Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.61695/rcs.v1i1.4

Palavras-chave:

Anemia aplástica, Treinamento resistido, Marcadores hematólogicos

Resumo

A anemia aplástica é uma disfunção hematopoiética que compromete células pluripotenciais; fenômeno que dá origem a multiplicação e maturação das células precursoras ou primordiais das células sanguíneas. É comumente tratada com terapia imunossupressora e/ou transplante de medula óssea halogênica. No entanto, apesar das comorbidades da anemia aplástica, ainda são escassos os estudos que associam alterações fisiológicas relacionadas à prática regular do exercício físico, possivelmente pela baixa prevalência da doença. Deste modo, descreve-se aqui os efeitos de um programa de treinamento resistido sobre diferentes marcadores hematológicos em um paciente com anemia aplástica grave. Um homem branco com 39 anos, diagnosticado com anemia aplástica há 22 anos foi submetido a 12 semanas de treinamento resistido. Diferentes marcadores hematológicos foram analisados antes e após 7 e 12 semanas de intervenção. Após a intervenção foi observado um aumento dos reticulócitos e de diversos outros componentes do sangue, cujo valores permaneceram dentro dos limites de normalidade. Adicionalmente, houve uma redução em transaminases e enzimas hepáticas marcadoras de lesões canalicular, indicando uma melhor condição hepática. Conclui-se que após 12 semanas de treinamento de força o paciente apresentou alterações positivas em diferentes marcadores hematológicos, como eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, neutrófilos, e leucócitos, o que sugere um efeito positivo do treinamento resistido sobre o quadro clínico do paciente associadamente ao curso natural do tratamento da doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniel Câmara de Almeida, Centro Universitário Euroamericano

Vinculado ao Departamento de Educação Física, Centro Universitário Euroamericano (UNIEURO), Brasília, Brasil.

Wellington Lacerda Oliveira Rios, Centro Universitário Euroamericano

Vinculado ao Departamento de Educação Física, Centro Universitário Euroamericano (UNIEURO), Brasília, Brasil.

Carlos Janssen Gomes da Cruz, Centro Universitário Euroamericano

Vinculado ao Departamento de Educação Física, Centro Universitário Euroamericano (UNIEURO), Brasília, Brasil.

Eduardo Montecelli, Hospital São Lucas

Vinculado ao Grupo de Terapia Celular São Lucas, Hospital São Lucas, Brasília, Brasil.

Emerson Sebastião, Northern Illinois University

Linked to the Health and Exercise Research Group, Department of Kinesiology and Physical Education, Northern Illinois University (NIU), Illinois, USA.

Renato André Sousa da Silva, Universidade de São Paulo

Linked to the Exercise Psychophysiology Research Group, School of Arts, Science and Humanities, University of São Paulo (USP), Brazil.

Referências

Evans PL et al. Regulation of Skeletal Muscle Glucose Transport and Glucose Metabolism by Exercise Training. Nutrients. 2019; 11(10), 2432. https://doi.org/10.3390/nu11102432

Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. A (2), 2010.

Goldberger JJ et al. Autonomic Nervous System Dysfunction: JACC Focus Seminar. Journal of the American College of Cardiology. 2019; 73(10): 1189-1206. https://doi.org/10.1016/j.jacc.2018.12.064

Hamerschlak N et al. Incidence of aplastic anemia and agranulocytosis in Latin America. The Latin Study. Med J. 2005; 123:101-104. https://doi.org/10.1590/S1516-31802005000300002

Lippi G, Sanchis-Gomar F. Epidemiological, biological and clinical update on exercise-induced hemolysis. Annals of Translational Medicine, 2019; 7(12). https://doi.org/10.21037/atm.2019.05.41

Lorenzi TF. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.

Machado ARSR et al. Aplasia de medula óssea: características, diagnóstico e tratamento. Revista Conexão Eletrônica. 2016; 13(1).

Mangione KK, McKee E, Hickey M, Hofmann M. Aerobic training in a patient with nonsevere aplastic anemia: a case report. Arch Phys Med Rehabil. 2000;81(2):226-229. https://doi.org/10.1016/S0003-9993(00)90146-1

Medinger M et al. Pathogenesis of Acquired Aplastic Anemia and the Role of the Bone Marrow Microenvironment. Frontiers in Oncology. 2018; 8: 587. https://doi.org/10.3389/fonc.2018.00587

Moore CA, Krishnan K. Aplastic Anemia. In: StatPearls. 2022; 07. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK534212/

Nakul-Aquaronne D. Evaluation of the Sysmex XE-2100® hematology analyzer in hospital use. Journal of Clinical Laboratory Analysis. 2003, 17(4):1098-2825. https://doi.org/10.1002/jcla.10083

Peslak SA, Olson T, Babushok DV. Diagnosis and Treatment of Aplastic Anemia. Current Treatment Options in Oncology, 2017;18(12): 70. https://doi.org/10.1007/s11864-017-0511-z

Robbins SL, Kumar V, Abbas AK, Fausto N. Patologia: bases patológicas das doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014.

Santo AH. Aplastic Anemia-Related Mortality in Brazil, 2000-2018. Int J Blood Res Disord. 2022;9:073. https://doi.org/10.23937/2469-5696/1410073

Savaşan S. Acquired Aplastic Anemia: What Have We Learned and What Is in the Horizon? Pediatr Clin North Am. 2018;65(3):597-606. https://doi.org/10.1016/j.pcl.2018.02.006

Scheinberg, P. Tratamento atual da anemia aplástica adquirida grave. Einstein. 2011; 9(2 Pt 1):229-35. https://doi.org/10.1590/s1679-45082011rw2156

Storb R. Aplastic anemia. J Intravenous Nurs 1997;20(6):317-22.

Vaht K et al. Incidence and outcome of acquired aplastic anemia: real-world data from patients diagnosed in Sweden from 2000-2011. 2017;102(10):1683-1690. https://doi.org/10.3324/haematol.2017.169862

Downloads

Publicado

2023-10-25

Como Citar

Câmara de Almeida, D., Lacerda Oliveira Rios, W., Janssen Gomes da Cruz, C., Montecelli, E., Sebastião, E., & Sousa da Silva, R. A. (2023). Treinamento de força e respostas hematológicas: relato de caso de um paciente com anemia aplástica grave. Revista Ciências Da Saúde Ceuma, 1(1), 52–60. https://doi.org/10.61695/rcs.v1i1.4

Edição

Seção

Artigos