Treinamento de força e respostas hematológicas
relato de caso de um paciente com anemia aplástica grave
DOI:
https://doi.org/10.61695/rcs.v1i1.4Palavras-chave:
Anemia aplástica, Treinamento resistido, Marcadores hematólogicosResumo
A anemia aplástica é uma disfunção hematopoiética que compromete células pluripotenciais; fenômeno que dá origem a multiplicação e maturação das células precursoras ou primordiais das células sanguíneas. É comumente tratada com terapia imunossupressora e/ou transplante de medula óssea halogênica. No entanto, apesar das comorbidades da anemia aplástica, ainda são escassos os estudos que associam alterações fisiológicas relacionadas à prática regular do exercício físico, possivelmente pela baixa prevalência da doença. Deste modo, descreve-se aqui os efeitos de um programa de treinamento resistido sobre diferentes marcadores hematológicos em um paciente com anemia aplástica grave. Um homem branco com 39 anos, diagnosticado com anemia aplástica há 22 anos foi submetido a 12 semanas de treinamento resistido. Diferentes marcadores hematológicos foram analisados antes e após 7 e 12 semanas de intervenção. Após a intervenção foi observado um aumento dos reticulócitos e de diversos outros componentes do sangue, cujo valores permaneceram dentro dos limites de normalidade. Adicionalmente, houve uma redução em transaminases e enzimas hepáticas marcadoras de lesões canalicular, indicando uma melhor condição hepática. Conclui-se que após 12 semanas de treinamento de força o paciente apresentou alterações positivas em diferentes marcadores hematológicos, como eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, neutrófilos, e leucócitos, o que sugere um efeito positivo do treinamento resistido sobre o quadro clínico do paciente associadamente ao curso natural do tratamento da doença.
Downloads
Referências
Evans PL et al. Regulation of Skeletal Muscle Glucose Transport and Glucose Metabolism by Exercise Training. Nutrients. 2019; 11(10), 2432. https://doi.org/10.3390/nu11102432
Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. A (2), 2010.
Goldberger JJ et al. Autonomic Nervous System Dysfunction: JACC Focus Seminar. Journal of the American College of Cardiology. 2019; 73(10): 1189-1206. https://doi.org/10.1016/j.jacc.2018.12.064
Hamerschlak N et al. Incidence of aplastic anemia and agranulocytosis in Latin America. The Latin Study. Med J. 2005; 123:101-104. https://doi.org/10.1590/S1516-31802005000300002
Lippi G, Sanchis-Gomar F. Epidemiological, biological and clinical update on exercise-induced hemolysis. Annals of Translational Medicine, 2019; 7(12). https://doi.org/10.21037/atm.2019.05.41
Lorenzi TF. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
Machado ARSR et al. Aplasia de medula óssea: características, diagnóstico e tratamento. Revista Conexão Eletrônica. 2016; 13(1).
Mangione KK, McKee E, Hickey M, Hofmann M. Aerobic training in a patient with nonsevere aplastic anemia: a case report. Arch Phys Med Rehabil. 2000;81(2):226-229. https://doi.org/10.1016/S0003-9993(00)90146-1
Medinger M et al. Pathogenesis of Acquired Aplastic Anemia and the Role of the Bone Marrow Microenvironment. Frontiers in Oncology. 2018; 8: 587. https://doi.org/10.3389/fonc.2018.00587
Moore CA, Krishnan K. Aplastic Anemia. In: StatPearls. 2022; 07. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK534212/
Nakul-Aquaronne D. Evaluation of the Sysmex XE-2100® hematology analyzer in hospital use. Journal of Clinical Laboratory Analysis. 2003, 17(4):1098-2825. https://doi.org/10.1002/jcla.10083
Peslak SA, Olson T, Babushok DV. Diagnosis and Treatment of Aplastic Anemia. Current Treatment Options in Oncology, 2017;18(12): 70. https://doi.org/10.1007/s11864-017-0511-z
Robbins SL, Kumar V, Abbas AK, Fausto N. Patologia: bases patológicas das doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014.
Santo AH. Aplastic Anemia-Related Mortality in Brazil, 2000-2018. Int J Blood Res Disord. 2022;9:073. https://doi.org/10.23937/2469-5696/1410073
Savaşan S. Acquired Aplastic Anemia: What Have We Learned and What Is in the Horizon? Pediatr Clin North Am. 2018;65(3):597-606. https://doi.org/10.1016/j.pcl.2018.02.006
Scheinberg, P. Tratamento atual da anemia aplástica adquirida grave. Einstein. 2011; 9(2 Pt 1):229-35. https://doi.org/10.1590/s1679-45082011rw2156
Storb R. Aplastic anemia. J Intravenous Nurs 1997;20(6):317-22.
Vaht K et al. Incidence and outcome of acquired aplastic anemia: real-world data from patients diagnosed in Sweden from 2000-2011. 2017;102(10):1683-1690. https://doi.org/10.3324/haematol.2017.169862
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Daniel Câmara de Almeida, Wellington Lacerda Oliveira Rios, Carlos Janssen Gomes da Cruz, Eduardo Montecelli, Emerson Sebastião, Renato André Sousa da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.